Para um grande amigo que a vida afastou… e agora reencontra sob novas versões de si.
Há amizades que são como cafés especiais: intensas, marcantes e com um sabor que permanece na memória, mesmo depois que a xícara esvazia. Esta é uma carta aberta — ou talvez apenas um suspiro sincero — pra você, meu amigo de outros tempos.
A vida nos afastou.
Sem brigas. Sem cenas.
Apenas a distância silenciosa de quem virou a esquina enquanto o outro parou pra olhar a vitrine da própria vida.
E agora, reencontrar você é estranho e bonito ao mesmo tempo.
Como voltar a uma cafeteria que a gente amava e descobrir que a decoração mudou, o barista é outro, mas o cheiro do café ainda é familiar. Está tudo diferente… e tudo presente.
Talvez a gente tenha mudado demais pra voltar a ser como antes.
Mas quem disse que precisamos ser os mesmos?
A beleza do reencontro está justamente nisso: perceber que o passado foi real, mas o presente também merece espaço.
Se nossas conversas agora forem mais curtas, que ainda sejam sinceras.
Se os silêncios forem maiores, que ao menos sejam confortáveis.
E se for preciso recomeçar do zero, que seja com o respeito de quem sabe o valor da história que viveu.
Nem sempre dá pra recuperar o que se perdeu.
Mas às vezes, dá pra construir algo novo — com as mesmas mãos, mas com outra alma.
E se você ler isso e sentir algo, saiba:
o café continua por minha conta.
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